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“Porra do Da Vinci”: Não vá para uma entrevista sem antes ler isso.

“Porra do Da Vinci” foi um dos maiores gatilhos de superação da minha carreira. Todos nós já passamos por situações muito complexas em nossas vidas: perdas importantes, humilhações, falta de oportunidades, fome, doenças, abusos, vários tipos de traumas que, muitas vezes, nos limitam e nos deixam em uma situação muito ruim.

O exercício do autoconhecimento é ferramenta chave para que você consiga construir suas histórias da melhor maneira possível e transmitir a sinceridade, fator fundamental, para quem te entrevista. Encorajo você a buscar em seus âmagos, rincões e raízes onde estão as oportunidades para identificar suas fortalezas e suas fraquezas e se PREPARAR para o que vem adiante – existem algumas empresas, como a Gallup (https://www.gallup.com/cliftonstrengths/en/253850/cliftonstrengths-for-individuals.aspx), que podem te ajudar com isso!

E como o objetivo é que você se dê melhor em seus processos seletivos, sugiro que antes de você ir para a entrevista e dizer “seja o que Deus quiser”, “posso improvisar qualquer coisa na hora”, eu te digo: não tem nada mais frustrante para nós que entrevistamos muita gente do que um “papo bosta”. Nós conseguimos ver quem genuinamente se preparou. E esses são os que de fato estão interessados no desafio, na empresa e nos fatores que vêm junto. Cansei de entrevistar candidatos no mercado financeiro que “se acham a última bolacha do pacote” e não conseguiam, sequer, trazer seus resultados e ou suas superações. Pela crença equivocada: ganhar alguns milhares de reais pode dizer que ele é bom e interessado.

Então vamos nos preparar! Para você FAZER sucesso nas respostas, reúna uma lista de todos os seus pontos fortes e fracos. Para cada força descreva um momento da sua vida que você se superou, como uma conquista que melhor demonstre como você traduziu suas fortalezas em ações. E quando falamos de superação, envolvemos também erros, defeitos, fraquezas… como qualquer ser humano do mundo. Para cada fraqueza, descreva como ela se tornou um problema e como você a superou em um projeto ou em algum momento específico. Veja o meu exemplo pessoal a seguir:

Fortaleza: Criatividade

Defeito(s): Falta de confiança nos outros, insegurança e baixa autoestima (e ao mesmo tempo arrogante)

Situação: Tínhamos uma posição de diretor executivo (CEO) para uma grande investida de private equity de Real Estate para um cliente interno. Ele exigia que tivéssemos candidatos com experiências em investidas, mas que conhecesse a indústria farmacêutica. O prazo para entregarmos os candidatos era de 2 semanas e em uma semana não tínhamos ninguém com o perfil. Eu comecei minha autossabotagem, comuniquei meu tutor que eu não daria conta (insegurança), que eu era incompetente (baixa autoestima). Ele disse que colocaria outro colega para trabalhar junto. Eu não aceitei (não confiar nos outros) e o prazo estourou com apenas um candidato (que não era adequado). O cliente, com razão, ficou muito insatisfeito e disse que retiraria o projeto de nós.

Tudo parecia ruir quando ele me provocou: 

“você tem uma porra de “Da Vinci” pintado na sua parede e que parece o Bin Laden. Você não consegue pensar em como sair dessa?”.

Essa imagem é a caricatura que eu fiz a mão em homenagem ao pintor e inventor Leonardo Da Vinci. De fato, ela não se parece nada com o famoso artista e está mais parecida com o Bin Laden. Ele tinha razão, eu poderia fazer mais.

Então, liguei para o cliente interno e apenas pedi desculpa, sem dar “desculpas”. Para me remediar, entregaria em 2 dias úteis não apenas 3 candidatos em shortlist (como é de praxe), mas 10. Ao invés de pensar apenas na descrição da vaga, fui atrás da minha rede de relacionamento que me indicou uma série de ótimos profissionais, além disso, fugi do óbvio e fui recrutar profissionais de outras indústrias e que nunca passaram por investidas, mas eram empreendedores ou ex-empreendedores que conheciam muito do mercado.

No fim, levei 14 candidatos com altíssimo potencial, fechamos não só uma posição como outras 3, que ainda nem existiam – o que trouxe mais confiança (passaram a nos abordar com mais frequência, pedindo pontos de vista), mais saving (de tempo e de dinheiro) e muito mais credibilidade para a estrutura (nossas recomendações eram quase sempre seguidas).

Então, para contar sua história de superação você PRECISA de um storytelling. Seja o mais específico possível ao preparar essas descrições. Isso inclui o porquê, quando, onde, o que aconteceu e os resultados antes e depois. Também resumo uma metodologia simples de responder que eu chamo de DEEN (não é coincidência que seja meu nome, =D):

  • DIGA: faça uma declaração de abertura. Diga o contexto e o cenário;
  • EXPLIQUE: Amplifique a declaração com algumas informações esclarecedoras. Dados importantes, características dos envolvidos (pessoas, lugares, metas, desafios, etc);
  • EXEMPLIFIQUE: forneça alguns exemplos com detalhes específicos. Números, valores e quantidades para que esteja claro o tamanho e o escopo;
  • NEUTRALIZE: Conclua com um breve resumo de como você neutralizou a situação, quais os resultados que foram obtidos e sua efetiva responsabilidade.

Durante meus anos entrevistando e treinando entrevistadores para empresas como ItaúBBA, Cargill, Accenture, Flow, etc, posso afirmar que os entrevistadores se lembram claramente das histórias e exemplos fornecidos. As afirmações gerais sobre pontos fortes sem um exemplo para apoiá-lo são rapidamente esquecidas.

Então, de coração, você sempre terá um gatilho como a “porra do Da Vinci” para te tirar da sua zona de conforto e não se esqueça de traduzir isso em uma superação.

Faça, pois vão te criticar do mesmo jeito =]

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